Não é fácil encontrar de maneira clara os valores que guiam o candidato a presidência do Brasil, Jair Bolsonaro e seus apaixonados seguidores.
Na internet vejo forte apelo “anticorrupção”, porém, o canditato tem sua parcela de participação em atos ilícitos na vida pública. Basta procurar no seu sistema de busca predileto, desnecessário cita-los.
Capacidades cognitivas excepcionais ou habilidades políticas não existem nele, logo, não é essa a razão que o faz popular. Sua inteligência limita-se a delegar funções, pois, é necessário saber para fazer, para saber é necessário estudar, e para estudar é necessário dedicar-se aos livros e a cultura. O famoso “coiso” faz questão de demonstrar sempre que abre a boca sua pouca intimidade com os livros.Aliás, ele não gosta de cultura, pretende acabar com o apoio governamental a cultura brasileira, caso eleito.
Talvez alguns marketeiros mais afoitos possam elogia-lo, pois, ele tem usado o mais improvável discurso para ganhar a atenção de seus homens (e de algumas poucas mulheres.)
Cristão: supostamente Bolsonaro é servo de Deus. Fenômeno curioso. Eu particularmente sou fã da figura de Jesus, talvez Bolsonaro não goste dele, mas Jesus, acredito eu, é um bom exemplo de cristão: andava entre os desafortunados, pobres, doentes e lutava contra o governo dos Romanos, ou seja era totalmente revolucionário e contrário ao status quo, e a família tradicional Romana. Jesus foi morto, pois, representava tudo que os Romanos odiavam. Nesse sentido, Bolsonaro não discursa tal como Jesus, ou melhor, ele não se inspira ou tem Jesus como um exemplo de conduta, aliás, ele está muito distante disso, não é necessário explicar mais.
Defensor da Família: supostamente ele é um defensor da moralidade, dos valores tradicionais, um servo da tradição e guardião do patriarcado. Defende uma sociedade baseada em valores antiguissimos que está em plena extinção,pois, o mundo muda e a mudança garante a sobrevivência em contextos distintos, seja natural ou social. O ponto é: a sociedade que o ilustre Bolsonaro defende está deixando de existir, tal como seus valores, anos após anos, lentamente. Ele se vê como alguém que viu o declínio e quer para-lo. Porém, ele mesmo significa a força motriz que assassinou a família que ele defende. Até onde sei, ele vive um terceiro casamento, atacando violentamente os pilares da tradição, da família, da moral tradicional. “O que Deus uni o homem não separa”, mas Bolsonaro pensou o contrário e afrontou Deus, a família e a tradição, a igreja e casou-se outra vezes.
Torna-se complicada a tarefa de encontrar os fundamentos e os valores dessa figura, mas eu tenho uma pista…
A hipocrisia: você provavelmente tem na sua família, aquela pessoa que fala uma coisa mais age ao contrário. Defende a família, mas já traiu a esposa; defende a filha, mas ensina o filho atacar mulheres, ingere bebida alcoólica e dirige, mas quando um familiar morre em acidente por conta de um bêbado, é o primeiro a apontar o dedo. Odeia a corrupção, mas corta fila, faz gato na água e na luz, sonega impostos, usa carteirinha de estudante falsa,bate nas mulheres, diz Deus a cima de tudo, mas não frequenta a igreja e nem segue os princípios da igreja.
Bolsonaro, identificou que uma grande parte da população é conservadora, mas só no discurso. Na prática afronta-se a família, a tradição, os valores o tempo todo.
Acredito ter encontrado o elo que liga Bolsonaro ao seu eleitorado, tal como o valor estrutural de sua campanha: a hipocrisia.
É com essa “ferramenta conceitual” que ele consegue atrair seus pares e aterrorizar as perspectivas de futuro do Brasil.
A campanha de Bolsonaro é um chamado de união para todos os hipócritas do Brasil.
Bolsonaro não é um grande político, não é muito inteligente, não é inspirador, não é um exemplo de cristão mas,
ele encobre todas as hipocrisias do Brasil.
Seus eleitores no fundo não se preocupam com o projeto de país, com a economia, com a educação pública, com a infraestrutura etc. Eles se preocupam em manter as aparências.
